Ladra do seu amor

Ladra sem destino,
amante em solidão de um rosto sem alma
roubo teus pesares e sonhos,
os seus anseios eu determino.

De preto me visto, esbanjando cobiça
soberba de gestos macios,
entrelaço seus pesadelos em mim
nada temer a justiça.

Apodero da distância furtada
na clássica emoção do sentir,
castrando o cálice do seu vazio
na sorte a avessa lançada.

Roubo você sem pena de ser punida;
você, atônito se entrega ao meu furto
Eu, livre de castigo, ou sequer penitência
pelo meu amor; totalmente absolvida.