Sombras

De teu olhar extraí o veneno

Que me agride sensivelmente as têmporas,

Sou levado a restituir-me o feno

Que me resguarda de tua peçonha.

De tuas palavras consumi o objeto

Que me aprisiona covardemente o senso,

Sou obrigado a transmutar-me o trajeto

Que me liberta de teu assédio.

De tua vida retratei a desonra

Que me fere sinistramente os passos

E me isola dos mais febris abraços...

De tua morte protegi o nome

Que me vincula saudosamente a dor

E me faz desvendar em mim o amor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 08/04/2012
Código do texto: T3600673
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