Sombras
De teu olhar extraí o veneno
Que me agride sensivelmente as têmporas,
Sou levado a restituir-me o feno
Que me resguarda de tua peçonha.
De tuas palavras consumi o objeto
Que me aprisiona covardemente o senso,
Sou obrigado a transmutar-me o trajeto
Que me liberta de teu assédio.
De tua vida retratei a desonra
Que me fere sinistramente os passos
E me isola dos mais febris abraços...
De tua morte protegi o nome
Que me vincula saudosamente a dor
E me faz desvendar em mim o amor!