A DOR DE UMA POESIA
Chorei pelo silêncio de um olhar
Quis entender o “por quê”, mas resolvi calar
Contive a minha dor
Calei o meu amor
Viajei nos caminhos que eu sempre relutei
Varei as madrugadas, nelas me enamorei
Beijei as manhãs, bebi o anoitecer
Mas em tudo me faltou você
Abracei-me, sozinho, na chuva que caia
Inspirei-me na dor de minha poesia
Fantasiei um amor ardente
No final estava sozinho e doente
Doente de saudade
Doente nesta realidade
Doente de tristeza
Doente sem o teu olhar e a tua beleza
Derramei rios de lágrimas dilacerantes
Cultivei, sozinho, o amor a todo o instante
E aqui estou escrevendo a dor de uma fantasia
Por acreditar que seria possível viver uma poesia!