AQUARELA

Eu pinto sonhos que nem sempre têm asas

Sonhos vividos

Sonhos esquecidos

Sonhos que poderão viver na minha tela

Na minha triste aquarela

Minha tela pode estar pintada de vazio

Silêncio vazio

Cores incolores que mostram meu rosto

Tela vazia incolor que inspira minhas cores

Eu pinto meus temores na madrugada

Onde a tempestade é a verdadeira tela

Onde a solidão disfarçada

Invade o meu quarto pela janela

Eu pinto a solidão do meu corpo

Pinto as cores da minha voz nua

Pinto meus olhos perdidos no infinito

Minha tela é meu próprio grito

Arnoldo Pimentel