Declaro a ti, Noite
Tu, que certamente já ouvistes tanto em teu nome,
Atente ao meu discurso como se fosse único
Bem como o é tudo o que provém do coração:
Encontrei no teu silêncio oportunidade de refletir
E creio que o tempo foi mais que suficiente,
Já é hora de alguma certeza me descalar.
Tu não deves ter te cansado ainda de saber.
Ao teu brilho, no escuro, sou como explica a do rock baiano...
Há ainda muitas verdades a serem proclamadas por cada nota.
Já disse que as artes não param de agregar significados?
Amanhã já não sei se estas palavras me dirão o mesmo.
Talvez aí caiba a incógnita que tu mostra-me ser.
Desejo tua companhia, sentir tua presença a todo tempo,
Acho que até mais do que tenho apreço à própria vida,
Mas insistes em me negar este incomparável deleite.
Se bem te conheço diria que estes momentos têm seu limite,
Que depende disso a graça de cada reencontro
Impulsionando a chama que alimenta o fervor do sentimento.
Ainda que discorde, não posso evitar a partida
E, bem como alguns dias, passas a te esconder entre as nuvens.
Atravesso a ausência perdido em memórias incompletas.
Umas vezes penso te ouvir sussurrando ao meu ouvido;
Outras vezes vejo-te comigo mesmo à luz do sol;
Todas as vezes acordo acreditando que vivi o que sonhei.
Já não tenho controle, este vício me consome!
Quem sabe da próxima vez eu não hesite mais
E parta numa viagem para o oeste infinito,
Pois tenho coisa pra falar eternamente, e não são perguntas.
Não há necessidade de resposta, não a espero.
Só espero que tenhas paciência de ouvir até o fim: