Declaro a ti, Noite

Tu, que certamente já ouvistes tanto em teu nome,

Atente ao meu discurso como se fosse único

Bem como o é tudo o que provém do coração:

Encontrei no teu silêncio oportunidade de refletir

E creio que o tempo foi mais que suficiente,

Já é hora de alguma certeza me descalar.

Tu não deves ter te cansado ainda de saber.

Ao teu brilho, no escuro, sou como explica a do rock baiano...

Há ainda muitas verdades a serem proclamadas por cada nota.

Já disse que as artes não param de agregar significados?

Amanhã já não sei se estas palavras me dirão o mesmo.

Talvez aí caiba a incógnita que tu mostra-me ser.

Desejo tua companhia, sentir tua presença a todo tempo,

Acho que até mais do que tenho apreço à própria vida,

Mas insistes em me negar este incomparável deleite.

Se bem te conheço diria que estes momentos têm seu limite,

Que depende disso a graça de cada reencontro

Impulsionando a chama que alimenta o fervor do sentimento.

Ainda que discorde, não posso evitar a partida

E, bem como alguns dias, passas a te esconder entre as nuvens.

Atravesso a ausência perdido em memórias incompletas.

Umas vezes penso te ouvir sussurrando ao meu ouvido;

Outras vezes vejo-te comigo mesmo à luz do sol;

Todas as vezes acordo acreditando que vivi o que sonhei.

Já não tenho controle, este vício me consome!

Quem sabe da próxima vez eu não hesite mais

E parta numa viagem para o oeste infinito,

Pois tenho coisa pra falar eternamente, e não são perguntas.

Não há necessidade de resposta, não a espero.

Só espero que tenhas paciência de ouvir até o fim:

Ian Schmoeller
Enviado por Ian Schmoeller em 20/01/2012
Código do texto: T3452087
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