MADRUGADA
Cruzo os teus olhos negros
e chego à beira do mar.
Vejo jangadas perdidas,
a lua incendeia as águas
e o tempo pára de repente.
Vestido diáfano, tu vens
e sentas ao meu lado.
Minha mão procura a tua,
procura socorro e redenção
e o tempo se esquece.
E dizes que me amas,
dizes com chamas nos olhos.
Sinto o mundo mais belo,
a vida parece clarear de repente,
creio mais ainda em Deus.
Mas, Senhor, não permita
que eu acorde agora!