MADRUGADA

Cruzo os teus olhos negros

e chego à beira do mar.

Vejo jangadas perdidas,

a lua incendeia as águas

e o tempo pára de repente.

Vestido diáfano, tu vens

e sentas ao meu lado.

Minha mão procura a tua,

procura socorro e redenção

e o tempo se esquece.

E dizes que me amas,

dizes com chamas nos olhos.

Sinto o mundo mais belo,

a vida parece clarear de repente,

creio mais ainda em Deus.

Mas, Senhor, não permita

que eu acorde agora!

Deodato
Enviado por Deodato em 10/01/2007
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