Aquele homem

...Durante muito tempo, alimentei esperanças sem fundamentos, admirei aquele homem de modos levemente hostis,

decorei seu olhar, sua virilidade e nunca tive coragem de nega-lo meus beijos, meu corpo, meu amor.

Pacientemente, ouvia-o e o som de sua voz sempre inconfundível, arrepiava-me os pêlos da pele;

Suas mãos firmes, tomavam-me para si de maneira que não podería fugir daquele homem privado. Eu, com modos românticos, tratava sempre de arrumar justificativas ordinárias para a maneira dele usar-me.

Ele passou a morar aqui em meu peito, disse muitas vezes que esperaria-o.

(Promessas feitas para minha alma).

Nunca soube o que signifiquei para aquele homem, embora sempre soubesse a impotância dele em minha vida.

Mas, essa não é mais uma história de amor, nem ao menos há um final feliz.

Compartilho uma mudança, um outro olhar para tanto amor.

Escolhi seguir a vida, (in)felizmente o tempo não parou para eu cumprir a promessa de esperar aquele homem só,

Ele sempre tão desprendido e nada convencional...

Nunca sentiu minha falta.

Nunca fui dele.

Aquele homem, fulminantemente arrebatou à admiração que contida em meu peito

e assim perdi a noção de tudo o que poderia prender-me na vida que seguia,

Nos amamos como antigamente, como velhos conhecidos, sem cerimônias.

Senti o quão sincero foi o amor daquele homem nu.

Ele abriu-me o coração e pude fazer uma breve visita na alma daquele homem meu,

Fiquei espantada com a dedicação empenhada em realizar e/ou reprimir seus desejos.

Era mais que uma simples escolha, era um hábito daquele homem...

Aquele homem espectral, prefere viver só e de nada adianta os poemas escritos e o meu olhar, quase galeno ao tentar entende-lo...

Aquele homem que esperei, parou no tempo e a vida insistiu em seguir.

Priscila Araújo

única pris
Enviado por única pris em 03/01/2012
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