Aquele homem
...Durante muito tempo, alimentei esperanças sem fundamentos, admirei aquele homem de modos levemente hostis,
decorei seu olhar, sua virilidade e nunca tive coragem de nega-lo meus beijos, meu corpo, meu amor.
Pacientemente, ouvia-o e o som de sua voz sempre inconfundível, arrepiava-me os pêlos da pele;
Suas mãos firmes, tomavam-me para si de maneira que não podería fugir daquele homem privado. Eu, com modos românticos, tratava sempre de arrumar justificativas ordinárias para a maneira dele usar-me.
Ele passou a morar aqui em meu peito, disse muitas vezes que esperaria-o.
(Promessas feitas para minha alma).
Nunca soube o que signifiquei para aquele homem, embora sempre soubesse a impotância dele em minha vida.
Mas, essa não é mais uma história de amor, nem ao menos há um final feliz.
Compartilho uma mudança, um outro olhar para tanto amor.
Escolhi seguir a vida, (in)felizmente o tempo não parou para eu cumprir a promessa de esperar aquele homem só,
Ele sempre tão desprendido e nada convencional...
Nunca sentiu minha falta.
Nunca fui dele.
Aquele homem, fulminantemente arrebatou à admiração que contida em meu peito
e assim perdi a noção de tudo o que poderia prender-me na vida que seguia,
Nos amamos como antigamente, como velhos conhecidos, sem cerimônias.
Senti o quão sincero foi o amor daquele homem nu.
Ele abriu-me o coração e pude fazer uma breve visita na alma daquele homem meu,
Fiquei espantada com a dedicação empenhada em realizar e/ou reprimir seus desejos.
Era mais que uma simples escolha, era um hábito daquele homem...
Aquele homem espectral, prefere viver só e de nada adianta os poemas escritos e o meu olhar, quase galeno ao tentar entende-lo...
Aquele homem que esperei, parou no tempo e a vida insistiu em seguir.
Priscila Araújo