ROUBASTE MINHA POESIA...

Não mais escrevo. Tu me roubaste a verve,

Pois a Musa antiga, que me dizia “Escreve!”

Trouxe a Realidade. E disse: “Prá que serve

Escrever, esperar tanto?... O Amor prescreve!...”

E neste tempo, em que sobrevivo agora,

Em que roubaste o Amor, pela Desesperança,

Sou eu impotente: o Amor já foi embora

Junto com meu Sonho, o que jamais se alcança!...

Eu não quis ver: te amei, sonhei! Tu apenas

Mataste o meu Amor por pura covardia

E sentenciaste a mim a mais cruel das penas:

Saber-me usado o Amor em que me dei completa,

Para o teu brinquedo, sem dó nem galhardia,

E que, por teu deleite, roubaste de mim a Poeta...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 28/12/2011
Código do texto: T3411488
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