Minutos em ti
Enfim, a felicidade resolveu se mostrar por inteira e da forma mais espontânea possível diante meus olhos tão sublimados por ti.
Calado eu fiquei, tamanha foi a excitação que eu tive ao te admirar assim, tão à primeira vista.
Tornei-me cego e indiferente a tudo o que não era a tua figura.
Deslumbrei teus olhos e neles eu fiquei, ignorando estar vivo ou não, perdido num sonho talvez.
De imediato imaginei minha boca de encontro a tua, minhas mãos livres detalhando teu corpo...
Minha real timidez deu lugar a uma ilusória ousadia, que fez-me louco ao tempo em que te olhei.
Então percebi que, muito mais que admiração, o que realmente tive fez meus sentidos se entrelaçarem com os teus. Daí me desliguei de tempo e lugar, perdi-me de vez na sutileza da tua presença, gestos e manias, tornei-me sem controle, vontade sem guia, emoção sem total dimensão.
Se foi difícil entender, imagine poder descrever em palavras...
Mas, agora, eu só peço que não procure entender nada. Apenas continue sendo o que no momento foi... os minutos nos quais eu senti estar vivo.