Natal Caipira
No chão o vento esfumaça
fazendo trapaça,
como que, apagando as pedras.
Derrete o sorvete de limão,
aquele mesmo que Mariazinha,
nascida lá em Torrinha,
deixou cair depois do susto
com a formosa aparição.
Contam os mais velhos
da marca deixada por ela,
na treliça da janela.
Queimou na madeira
o desenho da roseira.
Dizem ser a Virgem Maria,
tão bonita no seu manto,
a rabiscar ali, o desenho santo!