Um Dia Ele Vem
Toda vez que ouço a porteira bater na cancela
Sinto como se o vento num assovio chamasse por Cinderela
Saio correndo pelo verde pasto
Descalça para não deixar nenhum rastro
E sonhadora olho para aquela imensidão
O amor parece rasgar o peito dessa simples moça do sertão
E fico com o olhar perdido naquela estrada de terra batida
Tentando negar a mim mesma a importância da sua existência na minha vida
O sol brilha com força no límpido céu
Enquanto a velha árvore ampara todo o romantismo de Raquel
Ele não vem porque moro longe demais
Talvez sejam os anos
Talvez sejam os quilômetros
Talvez seja a vida que o distancie da moça de Batatais
Para casa novamente triste irei voltar
Nunca mais para trás prometo de novo olhar
Mas sem a poesia eu não sou nada
E olho pela última vez aquela vazia estrada
Não posso em meus olhos negros acreditar
Mas com os braços abertos ele está lá
Explode dentro de mim esse coração
Corro sorrindo em sua direção
Agora é tarde para pedir perdão
Busco o seu peito para me abrigar
Parece que esperei toda a minha vida para te encontrar
E poder finalmente pela primeira vez te abraçar
Sem tristeza e nem medo da desilusão
O que minha boca não diz
Eu grito...grito...grito com as mãos
Na poesia eu paro até mesmo com o tempo e o espaço
Só para sentir o calor da felicidade nos seus braços...
É só poesia...