Aquela Blusa Amarela
Minha avó chegou em casa com um embrulhinho de papel
Fiz especialmente para minha neta Raquel
Ao ver meu espanto diante da delicada blusa de crochê
Ela me disse :
É para despertar a mulher que adormece dentro de você
Na hora eu não entendi nada
A blusa era simples e não era nem decotada
Parecia ter sido feita para cobrir o corpo de uma criança
Na visão dela sempre serei a menina de tranças
Coloquei a blusa esquecida perto da cama
E com os olhos úmidos decretei:
Ele não me ama
Mas naquela noite era o momento de na companhia dele finalmente sair
Revirei o guarda-roupa de cabeça para baixo
Mãe! Eu não tenho nada bonito para vestir !
A blusa de crochê parecia gritar ali inerte sobre o criado mudo
Minha mãe veio ao meu socorro e emitiu um desagravo em suspiro profundo
Filha, para se conquistar um homem não precisa ser uma princesa
Mas é fundamental ser você mesma
E assim me entregou aquela blusa amarela
E diante dele ouvi pela primeira vez :
És minha tão esperada Cinderela !
E eu ali sem saber se chorava ou ria
Toquei seu rosto com a delicadeza das mãos que escrevem poesia
Enquanto suas mãos decoravam toda a minha geografia
Mesmo cerrados encontrei nos seus olhos vestígios de paixão
O medo me dominou
Espalmei o seu peito e mesmo manhosa ousei dizer não
Tentei fugir mas ele disse que era tarde demais
Entre a parede fria e os braços quentes dele
Existia todo o romantismo da moça de Batatais
E mesmo envolta naquela mimosa blusa de laçinho
Descobri que a minha sedução é baseada no carinho
Até consigo esconder o coração atrás de uma blusa de crochê
E fechar os olhos com força para de mim mesma esse sentimento esconder
Erguer todas as muralhas e convocar todos os sentinelas
Trancar com cadeados todas as portas e janelas
Mas quando você me abraça compreendendo a ternura e os caprichos de uma donzela
Sinto que já é sua
A romântica moça da blusa amarela...
Minha avó chegou em casa com um embrulhinho de papel
Fiz especialmente para minha neta Raquel
Ao ver meu espanto diante da delicada blusa de crochê
Ela me disse :
É para despertar a mulher que adormece dentro de você
Na hora eu não entendi nada
A blusa era simples e não era nem decotada
Parecia ter sido feita para cobrir o corpo de uma criança
Na visão dela sempre serei a menina de tranças
Coloquei a blusa esquecida perto da cama
E com os olhos úmidos decretei:
Ele não me ama
Mas naquela noite era o momento de na companhia dele finalmente sair
Revirei o guarda-roupa de cabeça para baixo
Mãe! Eu não tenho nada bonito para vestir !
A blusa de crochê parecia gritar ali inerte sobre o criado mudo
Minha mãe veio ao meu socorro e emitiu um desagravo em suspiro profundo
Filha, para se conquistar um homem não precisa ser uma princesa
Mas é fundamental ser você mesma
E assim me entregou aquela blusa amarela
E diante dele ouvi pela primeira vez :
És minha tão esperada Cinderela !
E eu ali sem saber se chorava ou ria
Toquei seu rosto com a delicadeza das mãos que escrevem poesia
Enquanto suas mãos decoravam toda a minha geografia
Mesmo cerrados encontrei nos seus olhos vestígios de paixão
O medo me dominou
Espalmei o seu peito e mesmo manhosa ousei dizer não
Tentei fugir mas ele disse que era tarde demais
Entre a parede fria e os braços quentes dele
Existia todo o romantismo da moça de Batatais
E mesmo envolta naquela mimosa blusa de laçinho
Descobri que a minha sedução é baseada no carinho
Até consigo esconder o coração atrás de uma blusa de crochê
E fechar os olhos com força para de mim mesma esse sentimento esconder
Erguer todas as muralhas e convocar todos os sentinelas
Trancar com cadeados todas as portas e janelas
Mas quando você me abraça compreendendo a ternura e os caprichos de uma donzela
Sinto que já é sua
A romântica moça da blusa amarela...