Que Nossa Senhora dos Românticos proteja a todos que por aqui passarem.


À Moda Antiga


Até o mais infiel dos homens um dia se rende a saudade
O corpo fenece com o tempo enquanto o coração pulsa como no auge da mocidade
Fica ali parado inerte no meio da rua
Recordando as vezes que sonhou em ter entre os braços aquela moça nua
De maneira ríspida a chuva insistente cai do céu
Ele caminha a esmo até ficar frente a frente com a casa de Raquel
Naquele momento passa um filme em sua cabeça
Ela no passado abrindo a porta e dizendo adeus me esqueça
Mas como esquecer os beijos sôfregos de paixão
Diante dos desejos dele só aquela moça dizia " não"
Os anos pareciam passar depressa demais
Quantos corpos friamente tocou desejando sentir o calor da moça de Batatais
Na indecisão se seria bem recebido
Sob um guarda-chuva seu semblante ficou escondido
Num ímpedo pensou em apertar a campanhia
E diante da fúria dos pais dela gritar:
Vim buscar a moça que é minha!
Mas não podia agir movido apenas pela emoção
Quando uma mulher como aquela diz adeus é porque ouviu a razão
Até que de repente ela aparece na varanda
Invade as narinas dele aquele inconfundível perfume de lavanda
Abraça a si própia como se sentisse frio
E suspira de saudade enquanto olha o laudoso rio
Ele pensa em dela se aproximar
Mas foram tantos desencontros que se sente pregado no lugar
Até que seus olhos se encontram no meio da chuva
Quando o amor é verdadeiro ele admite sim um pedido de desculpas
Criada no sistema tido como antigo
Onde os braços do homem amado é o melhor dos abrigos
Ela abre um sorriso e na direção dele sai correndo
Enquanto ele abre os braços para finalmente enlaçar aquele corpo moreno
Joga o guarda-chuva aberto no chão
Gira com ela no ar sem nenhuma indecisão
E desesperado procura pela sua ávida boca
Enquanto pingos de chuva encharcam suas roupas
A contempla meio inseguro e finalmente diz:
Moça , eu vim te buscar !
Porque em todos esses anos nunca deixei de te amar !
Ela timidamente sorri e uma lágrima deixa escapar
Sempre fui sua... pode me levar ...







                             

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 11/12/2011
Reeditado em 11/12/2011
Código do texto: T3383610