Prelúdio
E não mais que de repente
Passa-se a querer não em doses
Não como prescrição
Apesar de seres minha cura
E não mais que de repente
Passa-se a criar teu rosto em cada esquina
Não em qualquer espírito
Apesar de levares o meu ao beijar-me
E não mais que de repente
Passa-se a distribuir “dias bons”
Não livre da neblina que tua partida deixa
Apesar de só me olhares e clareares qualquer espaço em mim
E não mais que de repente
Passa-se a não passares
Não por não quereres mais
Apesar dos polos contrários
Mas te puxo, te prendo
Não aprisiono
Na liberdade te fazes minha
E não mais que de repente
Tu achares vazio demais ser livre só
Diz que me queres
Pois te quis antes mesmo do prelúdio