A Tua estranha forma de estar…

Tu costumavas ficar

A observar comigo

O adverso

O teu

E o que a ele se iria seguir

Tu costumavas ficar

A falar

Até que te enchias das tuas próprias palavras

E partias

Para a ti própria regressares…

Vestida de escuridão

Das cores das trevas que te consumiam

E que na minha companhia procuravas desanuviar

Para quando o copo estivesse vazio

Repetires o final adivinhado

E te ausentares

Embora eu te pedisse em silêncio

Para ficares…

Porque quando estavas falavas

E fingias apenas que me ouvias

Eu até podia falar alto

Mas não me sentias

Eu podia até gritar

Mas calavas esse som

Com o brilho do teu olhar

Para eu te dar lugar

Para continuares a falar

Eu podia dizer que te amava

Mas esse seria mais um motivo para te ausentares

Altura em que partias para o mundo

Para te voltares a encher de demónios

Voltando então mais tarde

Mas apenas e tão somente

Para eu os exorcizar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/11/2011
Código do texto: T3360829
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