E houve um dia…
Que deixei de fazer planos para o futuro
Porque tinha descoberto que o futuro já estava a acontecer
E se calhar era por isso
Que parado
Me estava a sentir mover…
Em que me olhei realmente ao espelho
Com olhos de realmente ver
E vi os dois
Um do um lado desse espelho
O outro do outro lado
Porventura em diferentes dimensões
Num tempo comum
Mas num espaço que não era o mesmo
E soube então
Que apesar de sentir o contrário
Nunca estarias comigo
Apesar de sentirmos o mesmo
Estávamos em diferentes ondas
Diferentes sintonias
Onde nos ouvíamos um ao outro
Sem dúvida
Mas que por uma impossibilidade física
Jamais nos poderíamos tocar
Tinha chegado pois o dia
De partir
Em vez de seguir o que em mim adivinhavam
O destino previsível
De apesar de tudo em contrário
Apesar sempre por ficar…