onde estará Adélia?





Num final da tarde,onde ,nas horas santas,desmaia o dia.
Invade-me espécie de um vazio,ou,apenas,d’alma a tristeza ...
Que de,u’a maneira triste,contudo ,meu coração não se alivia.
Volto aos tempos d’infancia,onde,lá, deixei minhas incertezas.

Onde estaria Adélia ,a menina dos olhinhos de chuva, então?
Que ,de lagrimas ,molhados,contudo ,na meiga face ,sorriso .
Ah!que da tamanha beleza,quase emudecia,meu tolo coração!
Cantava silente,posto que,do amor nada sabia,e,falar era preciso!

Lembro bem,quando da vez primeira,tivera um sonho,algo,assim...
Invadiu e dominando,meu cativo ser,decretou,afinal, o meu destino
Que de,minha alma, secreto anseio,deixava transparecer em mim
Sem da querência de maviosa ventura,envelheceria ,já, em menino!

Ai!que desta amarga tristeza,de,jamais,revê-la,perpetua agonia
Restou-me,procurá-la, em si,esquecida em cósmica distancia
Eis ,que discreto e cintilante brilho,de anos luz, a mim ,chegou!
Rompia,deveras,o fino véu,um leve sussurro da minha infância...

Adélia ,enfim, nunca existira,mas,para sempre tornara-se  estrela
Que meus marejados olhos, a fitavam ,em transe , ilusória dúvida
Contudo ,em minha telúrica visão,esforço vão,não conseguia vê-la
Volto,nas horas santas deste dia,rever a menina dos olhos de chuva!

 

ps;Em verdade ,Adélia era uma coleguinha de primario,cujos olhos verdes sempre
brilhosos e marejados.Sua lembrança me fez pensar numa figura niilista A menina dos olhos de chuva"...