Beber amor, cuspir saudade
Ei, você! Eu acho que bebi.
Levaram minha viola e o meu coração -
Os deixaram por aí.
To caminhando sem pensar.
Carregando a esperança e a solidão -
Sem ter no que acreditar.
Dei alô pra saudade
Dei as mãos pra lucidez
E fui acreditando,
Pelo menos dessa vez:
Que nem tudo é banalidade
Que eu posso ter sonhos
E continuar pensando
Que sou mais do que escombros.
No papel até que é bonito.
A teoria até parece fácil;
Mas a prática envolve sacrifícios.
Já lhe entreguei minha viola,
O coração já se perdeu e
Eu me contento com essa esmola.
Parei na esquina de nós
E me vi no bar de lembranças.
Procurando coisas que já não existem
E encontrando nossa semelhança.
Estamos novamente sós,
Distantes de nós mesmos.
Esperando por coisas que convém:
Os egos que carregamos por herança.