Morena Perfumosa


Ele pegou a direção da Via Anhanguera
Hoje ninguém me segura
Vou até Batatais visitar minha doce Cinderela
Dentro do peito aquele aperto em forma de nó
No som do carro " Fio de Cabelo" de Chitãozinho e Xororó
A chuva fina deixando escorregadio o asfalto da estrada
Perigoso mesmo são as curvas sinuosas da mulher amada
Não avisou nada pois queria chegar de surpresa
Se tivesse sorte além do jantar
Ganharia um beijo apaixonado de sobremesa
Ao chegar na primeira esquina
Pensou como é que vou achar nessa cidade aquela menina?
Subitamente lhe bateu o desespero
Parecia um menino com dezenas e dezenas de janeiros
Mal sabia ele que a moça naquele momento abria delicadamente o chuveiro
E deixava a água cair sobre o seu corpo inteiro
Molhou os cabelos aplicando neles shampoo e condicionador
E no corpo sabonete líquido com aroma único de amor
Enquanto a espuma perfumada pelo ralo escorria
O rapaz perguntava a todos que encontrava pela moça que escrevia poesia
Ninguém na cidade conhecia a moça que publicava no Recanto
Numa mistura de amor com sensualidade num misto de drama e pranto
Uma chuva desabou impiedosa do céu
E o rapaz no meio da rua gritava:
Onde esta você Raquel ?
Ela se enrolou na felpuda toalha sem nada mostrar
Poesia é fazer a cena o outro imaginar
Moça romântica é aquela que mesmo totalmente vestida sabe enfeitiçar
Chegando no quarto ela veste um simples vestido de algodão
Isso enquanto o rapaz triste pensa que será dominado pela solidão
Mas ela tem um frasco de perfume do qual adora
Basta apenas duas gotinhas e seu perfume inebria a cidade afora
O rapaz segura um buquê e se senta desolado de dar pena
Quando a brisa traz até ele o cheiro inconfudível de sua morena
Ele anda a esmo seguindo seu coração e seu olfato
Homem quando ama de verdade
Atravessa rios a nado  e léguas de mato
O cheiro vem daquele portão
Ansioso ele toca a campainha
Tum...tum...tum... bate o coração
Segura com firmeza o vermelho buquê de rosas
E ela vem vindo
Sorrindo toda faceira e carinhosa
Ele ficou tímido e inseguro ali na calçada
Lembrou das poesias que ela escrevia na madrugada
E quando ia dizer alguma coisa gaguejou
A moça então lentamente se aproximou
E manhosa nos braços dele se enroscou
O coração dele no peito parou
Quando ouviu a moça dizer em meio a lágrimas
Que bom que você me encontrou...





                                


 


 
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 14/11/2011
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