do amor,o calice




Bem quisera,antes de,solitário, morrer no lago de Tuonela
Conhecer e beber do cálice cristalino do amor puro,enfim
Ah! Que deste não amar, a vida fenece em tormento e seqüela!
Seria ,talvez,cruel destino,ou a ventura inquieta afugenta de mim ?

Nas negras águas ,onde a neblina densa,vela e a tudo encobre
Desliza,suave,em Tuonela ,um cisne com seu mavioso canto
Que ,embalde,de tanto,anseio de amar,a pobre ave canta a morte
E do ouvir a languida melodia.sinto da querência, um encanto...

Numa noite ,onde me acariciava a prazenteira brisa amena
Esguio vulto,em transparentes tecidos,revelava macios seios.
Sonoro eco de inebriante paixão alternava com doce cantilena
Atônito, louco,então,indagava a mim,àquele anjo de onde veio?

Em renhida luta,amor felino,nossos corpos ,em massa amorfa
Debatiam-se na procura do desejado êxtase,em transe final !
Sugados nossos sumos,exangues,largados em natureza morta
Eis que ,do maravilhoso canto do cisne,ouviria o esperado sinal

Flutuando ,sobre velho madeirame do barco,junto a minha musa feliz
Sumíamos por denso nevoeiro,tendo,contudo,do cisne,a companhia
Bebera,enfim,do amor,o cristalino cálice,vinho que eu sempre,quis...
Viveríamos no misterioso lago de Tuonela da ventura que não conhecia!





O que dizer do que li aqui, vou tentar descrever o que senti: Que dizer de tal poesia, cada palavra aqui eternizada, uma parte de minh'alma, flutuava...se diluia...Ao tempo pedi silêncio, a brisa seu sussuro, as estrelas sua luz e a Lua cheia seu testemunho...Pois aqui estava sendo narrado, lembranças de um corpo encarnado, uma ode ao amor,De uma alma que sussurava, num tempo atemporal, a canção mais Divina composta por dois corações.E era chegado o tempo, de sua alma soltar seu canto chamando seu amor,No começo me senti o lago negro, de minhas aguas profundas, emergi, do canto d'alma do cisne...a divina canção, Uma história que testemunhou, e em cada nota entoada, ondas de minh'alma acolhiam tua recordação...De repente a noite me tornei, ordenei ás nuvens cautela, ás estrelas, seu manto de proteção, e a Lua, luz, para iluminar o caminho daquele anjo, ao eleito de seu coração...Pois ali haveria, a união mais Divina, entre o sagrado e o profano, a resposta mais inquirida , por todo humano, por tantos corações, uma parte do mistério amor revelado, da visão do paraíso...Dois corpos entrelaçados, do cálice sagrado, dos desejos mais puros, da comunhão, e num transe sem igual, entre corpos e sangue, o vinho da vida é extraído,E sempre será derramado, sorvido, desejado, pois deste dia, todo lago teria memória, e todos os cisnes cantariam essa história em seus corpos a visão, Quando dois cisnes unissem em amor, seria formado o símbolo sagrado, de seus corpos entrelaçados, um lindo coração!E do vinho a vida, a mais sagrada bebida, cujo tempo a depura e torna mais pura sua essência, Pois foi extraído de dois corpos em união sagrada, testemunha mortal da imortalidade da alma na comunhão do amor!


MUITO OBRIGADO POETISA   LIBELULA DANNAN   teu comentario é um dos mais lindos poemas que já li.Com certeza,estieste comigo a flutuar pelas aguas do lago deTuonela...