CHUVAS DE VERÃO

No rolar da água fria

Pelo vale da imensidão,

Na fúria tempestuosa

Avança sem muita prosa

Sem destino e sem direção.

Meigo como um cordeiro

Tempestivamente é castigado,

Com pureza de intenção

Compreendido ou não

Quase sempre é condenado.

Útil para a humanidade

Como o sol e a chuva são,

Bamboleia na floresta

Obedecendo a orquestra

Dos rugidos do leão.

Meu coração lagrimeja

No orvalho da emoção,

Canta, dança, ri e chora

Enfim só espera agora

A esperada chuva de verão.

Minha vida é uma chuva que cai

E escoa em seu leito cristalino,

Levando consigo a certeza

E alimentando a natureza

Desde o vale até a colina.

Esta chuva tempestuosa

Traz vida, e também a morte,

Faz germinar a vegetação

Mas também traz destruição

Destruindo o fraco, e o forte.

O som da chuva no telhado

Para muitos é melodia,

Mas no meu, ela faz estrago

Faz eu sentir o gosto amargo

Do furor da chuva fria.

Os relâmpagos atingem meu ser

Ferindo de morte meu coração,

Na arena da vida me digladio

Contra os raios e o vento frio

Destas chuvas de verão.

J. Coelho

José Coelho Fernandes
Enviado por José Coelho Fernandes em 03/11/2011
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