O Estrondo do Trovão


Sempre que sofro corro para os seus braços
Como uma menina que no fundo tem medo de criar laços
As vezes você me ensina que a vida não é bem assim
As vezes você perde a razão e diz vem cá para mim
E eu que um dia já tive medo de te abraçar
Hoje faço do seu ombro o meu mais aconchegante lugar
Se me abraças pelas costas
Ouço seus sussuros ao pé do meu ouvido
E meu arrepio é o sim para todas as suas propostas
Se me abraças de ladinho
Encosto minha cabeça no seu peito com todo carinho
E se descuidado roça sem querer as minhas coxas
Verás na minha timidez que sou diferente das outras moças
Enquanto a chuva persistente cega a todos com a neblina
Sustento seu olhar como se já fosse uma mulher e não mais uma menina
E da janela vêmos a tempestade lá fora desabafar
Meu busto vai de encontro ao seu peito
Quando de frente manhosa vou lhe abraçar
E eu que temo morrer sem em vida ter conhecido o céu
Tapo os ouvidos com força quando finalmente você diz
Eu te amo tanto Raquel
Soa dentro de mim como o estrondo de um trovão
Num inesperado gesto eu seguro a sua mão
Coloco sobre o seio esquerdo e digo sinta o bater do meu coração
Você me olha surpreso e meio sem jeito
Afinal nosso sentimento é alicerçado na admiração e no respeito
Não quer me ver chorar de desgosto jamais
Ainda não esta preparada
Lê nas linhas harmoniosas do rosto da moça de Batatais
Então se deitam sem saber se terão a primeira noite de amor
Só tem certeza que dormirão abraçados de conchinha sob um quentinho e macio cobertor
Para o mundo que tem muita pressa e nenhuma sabedoria
Saibam que uma noite é longa e só acaba com o raiar de um novo dia
E ali em cima do leito
A moça finalmente encontra o melhor lugar desse mundo
O seu peito...








                                           

Que Nossa Senhora dos Românticos me proteja sempre
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 01/11/2011
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