Essa Saudade!
Onde está você
que nem a brisa da noite,
nem a imbatível velocidade
do pensamento
me traz notícias?
Onde está você,
que aqui,
sentado, girando
o gelo no copo,
não consigo
vislumbrar nele o teu rosto
e, assim,
aliviar um pouco essa saudade!
Onde estão teus olhos lindos,
tua boca, cujos lábios macios
deslizam pelo meu peito
mais do que com prazer,
com a suavidade do teu amor?
Teus cabelos cheirosos, negros e lisos,
que beijo e acaricio,
embevecido de prazer?
Onde estão teus seios,
delicados monumentos de prazer,
que admiro, apalpo, acaricio e venero,
observando tuas sensações de volúpia?
Eu, por minha vez,
estou aqui,
entre paredes coloridas,
boa música,
gente bonita, risadas …
Não ouço nada.
Não sinto nada.
O ambiente não me contagia.
Os pensamentos estão longe.
Ainda na tarde.
Num pequeno espaço de mais um dia
que, em uma hora e pouco,
dará lugar a outro.
Então, como um robô,
me levanto,
pago a conta,
30 reais.
Vou embora,
com meus pensamentos.
A mesa, no canto,
calada, fica.
Nela, o copo,
vazio ...