DISTÂNCIA

Quando dobro a esquina faz um século que não te vejo.
A cada metro que ando cresce em mim um quilômetro de saudade.
Me controlo, não desespero e vou caminhando só, no vazio.

O tempo se arrasta nos segundos.
A saudade aumenta em séculos.

Chega a hora.
Percorro os metros.
Esqueço a saudade.
Te encontro.

Caio nos teus braços.
A mágica se refaz.
Me sinto feliz, imortal, amado, colorido e colorindo.

Para te ver dependo do espaço e do tempo.
Não gosto desses limites.
Não gosto de te deixar.

Gostava de te ver sózinha.
Alimentava minhas fantasias.
Agora me dói te imaginar em teu quarto.
Inventando coisas para o tempo passar.
E eu preso e sufocado no meu pesadelo.

E assim a distância vai me levando.
A cada encontro um alento e uma alegria.
A cada separação uma dor e uma tristeza.
E entre alegrias e tristezas vou sonhando e engolindo a distância...