UM AMOR BEM DE ÍNÍCIO
Tu és
os enigmas do instinto,
se sinto, não sei qual apuro;
o absinto-escuro e imaturo
que não decifrei. Pressinto.
Tu és
um desenredo selvagem,
a coragem inexaurível,
o cego em indescritível
desassossego: ver tua imagem.
Tu és
a voragem insalubre, o furor
sem mentor ou refreio,
o seio lúgubre do espinheiro
tutelando fragrâncias de flor.
Tu és
o queimor-pimenta, o sal
no sabor do meu destempero
o degrau fatal e primeiro
do fundego do amor primal.