AMARGO AMOR
Na imensidão do universo
Voando livre no ar,
Se perdendo no vazio
Sentindo calor e frio
Está sempre a se propagar.
Pobre amor!.. Que em mim se revelou
Pois recai sempre na incompreensão,
Na doçura que ele tem
O amargor sempre lhe vem
A ferir seu frágil coração.
Quão amargo é remédio
Deste pobre coração que ama,
Se o amor doçura traz
O amargo logo se apraz
A ferir este amor em chama.
Como todo o remédio que cura
Para mim é um penar,
Em minha doce amargura
Amarga minha alma pura
O gosto amargo a amargar
Neste amontoado de amarguras
Em minha vida pacata,
O veneno do amor me sufoca
O amargo não me sai da boca
Aglutinante quase mata.
Quanto mais amo, mais sofro
Será doença ou desacertos meus,
Amor loucura ou castigo
Ou o amor brincando comigo
Ou será obra de Deus?.
A cada amor novo que me surge
É mais uma panaceia de dor,
É mui amargo meu sofrimento
Que assola este momento
Nas malhas do amargo amor.
J. Coelho