Malvada Cinderela


No alvorescer dos primeiros dias da primavera
Eis que exala todo o romantismo de uma malvada cinderela
Daquelas que se emocionam com o típico dramalhão mexicano no improviso
Onde a moçinha se debate nos braços fortes do rapaz
E só se cala quando ele a beija de supetão sem sobreaviso
Por favor Deus transforme em pedra o coração dessa donzela
Porque se eu estender minhas frágeis mãos
Eu posso sim sentir as feições do rosto da temida besta fera
Corra em desabalada carreira se ele te chamar de minha pequena
Lembre-se que a vida é passageira e faça todo momento valer a pena
Há rumores que ele é implacável e muito muito muito cruel
Nessa poesia você deveria ser malvada
E ao invés disso encosta a cabeça dengosa assim no peito dele Raquel
Não faça isso
Dentro de mim só tem fel e enxofre morena
Dizia a besta fera mergulhando o rosto nos cabelos negros cheirando a alfazema
Todas as fábulas mentiram
Ao dizer que uma fera nunca geme e jamais treme
Ainda mais se tiver presa aos braços uma doce cinderela com TPM
Não desvie o olhar porque eu também sei o gosto do desgosto
Mais hoje quero ser malvada
Beije com carinho todas as lágrimas do meu rosto
Sou carinhosa e extremamente pela vida apaixonada
E quando a sua pele na minha pele tocar
Saberá que minha essência nunca serei capaz de mudar
Me vire devagar e não tenha medo dessa emoção
A irís do olho revela a fragilidade de qualquer coração
Me desça nos braços como nos filmes e beije meus lábios com paixão
Viva intensamente o hoje
Porque amanhã pode significar jamais
Sob a luz da lua e das estrelas ruborizadas e hoje talvez tímidas demais
Presa nos braços da agora mansa fera
A malvada moça de Batatais...
 

                                                                      
                                                                                    
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 23/09/2011
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