ANSIEDADE

ANSIEDADE

A todo momento, nos trai nossa ansiedade

Só o que nos resta é nos amarmos!

Já que amamos para não nos sentirmos sós

E o que temos é o amor que nunca existiu

Temos os beijos que não serão nossos

Apenas os abraços frios da irrealidade

Os toques sensuais que nos desesperam

E a satisfação inorgânica e ilusória

Mas você submeteu-se à auto-análise

Preferiu questionar-se

Sujeitando-me ao abandono

Como disseram alhures:

Saí do sol e você me deixou

Sozinho no escuro

Será que conseguirei me conter?

Preciso ter o desapego dos heróis

E o desespero dos desiludidos

Entenda-me por não possuir virtudes orientais...

Mas... ausência da virtude será defeito?

Mesmo que seja...

Sei que hoje, o dia não precisa de mim

Até a poesia hoje, de mim não precisa

Mas o amor hoje, precisa muito

De você e de mim, e de nossa paixão

De nossa negação ao irrealizável

E de nossa afirmação ao imponderável

Ao virtual desejo e ao sentimento

Pelo menos, vivamos!?

Leopoldina, MG.

Balzac José Antônio Gama de Souza
Enviado por Balzac José Antônio Gama de Souza em 20/12/2006
Código do texto: T323614