A AURORA ME DESPERTOU...
A aurora me despertou
com teus beijos de quereres.
Não era devaneio...
Nem era ficção... Apenas fase.
Um segundo sem marcação
na agenda das carências,
Uma falha no trajeto paralelo
à linha da pulsação.
O meu ser sem presumir
estava letargo em melancolia
Quando resplandeceram como um farol
Teus lindos olhos de topázio
Em um deslize do universo
Induzido a saudar-te, bem-vinda...
Não houve linguagem sonora, nem musica,
Mas gemidos no guardado sigilo do sol.
Os lençóis revolvidos de macia seda,
Dá o teu corpo à minha carência
O mundo transmutado em azul,
Asas tirando-me do chão... Só o presente etéreo...
A imortalidade fez o ritual
E nós os sentimentos, sem agonia
Um enlaçar de luzes, a oferenda
Eu e tu, no amor celebrando...
O tempo parou...
O insignificante mudou e o sol consentiu...
Outra vez as vozes surdas, mudas
Silenciosas a segredarem promessas...
Os carinhos, nossas hecatombes
Dentro do mutismo que permitiu,
Vezes mais nos amarmos,
A supremacia das nossas vidas e sumo das nossas horas...
Vitoria Moura 21/9/2011
Ma Vie