Como Anjos...

Caídos

Em nós

Ou em qualquer lugar comum

Caídos em desgraça

Caídos um pelo outro

Sem asas

Sem nada

Na ténue fronteira

Que separa o céu do inferno

A sanidade da loucura

Caídos sem dúvida

Mas jamais perdidos

De certa forma achados

Caídos sem dúvida

Mas jamais derrotados…

Buscando a razão

Que se escondia por detrás das estrelas

Por detrás de um mero olhar

Querendo partir

Mas sabendo

Que teríamos que ficar…

No dealbar da mais dura realidade

Disfarçada

Por uma ilusão bem assumida

Forma de alienação

Que tínhamos

Para de alguma forma conseguirmos sobreviver

Porque essa era a forma

De tocando

Sorvendo as coisas

O que éramos

Entre uma forma bem distinta de trevas

Conseguirmos

E continuarmos a ver…

Podem eventualmente

Quando o tempo passar

Chamar a tudo isto

Amor

Mas eu digo apenas

Que éramos somente anjos sem asas

Que tentávamos voar

Éramos apenas anjos não assumidos

Só anjos

Porque de outra palavra

Para nos definir

Francamente não me consigo lembrar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 22/09/2011
Reeditado em 22/09/2011
Código do texto: T3233911
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