Brincando à Eternidade, simplesmente brincando…

Prometi-te um dia

Que iria fugir contigo

Um dia

Mo tempo em que ainda estávamos a crescer

E onde por isso todas as promessas se faziam

Porque simplesmente

Tudo poderia acontecer…

Prometi-te um dia

Que fingiríamos ser anjos do céu na terra

Ou humanos na lua

Já não sei bem

Só sei que distorceríamos a realidade

Que essa realidade seria tua…

Prometi-te um dia

Que te mostraria a verdade

Por detrás de um truque que fazia

E que tanto te parecia encantar

Não to mostrei

Não cheguei a fazer

Pelo medo

Que depois de o veres

Abandonasses o teu estado

Me abandonasses

E finalmente começasses a crescer…

E foi então

Que fugi de facto

Não contigo

Mas fugi

Para qualquer outro lado…

Que fui à Lua

E muito para além

Do que dizem estar para além das estrelas

Fui

Sem te dizer nada

Mas achando

Que de tudo o que vi

Continuavas a ser desse Tudo a Mais Bela…

Que dei comigo

Mais do que crescido

Já a envelhecer

Mas com algo de intacto

Vindo dos tempos primordiais:

A vontade de te Ver…

Vendo e sentindo

Esse estado

Mas não realmente

Física

Ou sensorialmente

Consentindo tal

E muito menos ter tal que reconhecer

Procurei-te então

Procurei a tua voz

Que neste tempo de fins de tempo

Não é apenas uma voz

É mais do que isso

É o mais digno

E sublime dos cantos

Dei comigo a inverter

Os tempos

Iniciáticos

Das promessas mais ingénuas

Dos tempos mais ousados

Sei que tal não acontece

Mas finjo

Que tal pode acontecer

Porque simplesmente me deixei arrastar

Para a mais digna das artes:

Brincando à Eternidade, simplesmente brincando…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/09/2011
Código do texto: T3233099
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