Brincando à Eternidade, simplesmente brincando…
Prometi-te um dia
Que iria fugir contigo
Um dia
Mo tempo em que ainda estávamos a crescer
E onde por isso todas as promessas se faziam
Porque simplesmente
Tudo poderia acontecer…
Prometi-te um dia
Que fingiríamos ser anjos do céu na terra
Ou humanos na lua
Já não sei bem
Só sei que distorceríamos a realidade
Que essa realidade seria tua…
Prometi-te um dia
Que te mostraria a verdade
Por detrás de um truque que fazia
E que tanto te parecia encantar
Não to mostrei
Não cheguei a fazer
Pelo medo
Que depois de o veres
Abandonasses o teu estado
Me abandonasses
E finalmente começasses a crescer…
E foi então
Que fugi de facto
Não contigo
Mas fugi
Para qualquer outro lado…
Que fui à Lua
E muito para além
Do que dizem estar para além das estrelas
Fui
Sem te dizer nada
Mas achando
Que de tudo o que vi
Continuavas a ser desse Tudo a Mais Bela…
Que dei comigo
Mais do que crescido
Já a envelhecer
Mas com algo de intacto
Vindo dos tempos primordiais:
A vontade de te Ver…
Vendo e sentindo
Esse estado
Mas não realmente
Física
Ou sensorialmente
Consentindo tal
E muito menos ter tal que reconhecer
Procurei-te então
Procurei a tua voz
Que neste tempo de fins de tempo
Não é apenas uma voz
É mais do que isso
É o mais digno
E sublime dos cantos
Dei comigo a inverter
Os tempos
Iniciáticos
Das promessas mais ingénuas
Dos tempos mais ousados
Sei que tal não acontece
Mas finjo
Que tal pode acontecer
Porque simplesmente me deixei arrastar
Para a mais digna das artes:
Brincando à Eternidade, simplesmente brincando…