O AMOR E O TEMPO

O tempo é como o amor

Tem ciclos inconstantes

Porém apenas o tempo retorna

A ser o que já foi antes

No tempo há incertezas

No amor certezas não há

O certo é que velha a tristeza

É um novelo a nos enrolar

O tempo nunca envelhece

O amor como nós, fica velhinho

O sentimento que nos enlouquece

Vaza como se fosse ar, pelos furinhos

Os afagos rareiam, as mãos esfriam

Vem a renúncia, tudo ganha outra feição

Os olhos perdem o brilho, a vida cobra

Lágrimas vêm, lágrimas vão

Como recordo das velhas paixões!

Perdidas no tempo nem posso vê-las

Sonhos embalados nas cartas de amor

Que carregavam as luzes e as estrelas

Hoje, as cartas que não mais recebo

Dobro-as e faço barquinhos imaginários

Que flutuam no meu rio de lágrimas

Que saem destes olhos solitários!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 18/09/2011
Reeditado em 17/03/2021
Código do texto: T3226418
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