Não Há Vagas

Às vezes, me sinto

tão inútil em tua vida;

assim, como um vaso

quebrado, colado, encostado.

Algo tipo uma coisa,

uma voz despercebida...

vejo-me sem serventia para nada.

Meço meus poderes em fases controladas

e me conscientizo que

sou apenas um zero à esquerda,

um amontoado de roupas

velhas remendadas,

que embora se conserte

mostra sempre as marcas costuradas.

Sei que nunca existe um vazio

em ti, quando não estou perto,

Porque coisa nenhuma

não preenche lugar;

e esse vazio suposto já

tem outra a ocupar.

Assim, sigo me enganando

para não morrer de tédio.

Vou me curvando, suspirando,

engolindo, e me entrego;

o sabor é cruel e amargo,

mas, eu tomo esse remédio.

Talvez um dia, quem sabe,

eu me torne importante para ti,

e como a única, meu pobre

rosto volte a sorrir.

Ou então, viverei para sempre

invisível

e minha boca sem teus

beijos continuará

a conviver com esse

sonho impossível.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 18/12/2006
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