Olhai os Lírios do Campo
Minha poesia é apenas poesia portanto sem destinatário. Digamos que seja um suspiro, um fôlego , um abrir a janela para respirar ar puro, um momento a sós comigo mesma ...
Os antigos diziam que se o calango pulasse na minha mão
Só soltaria mediante o estrondo de um trovão
Isso me provocava medo e espanto
E eu ia me esconder entre os lírios do campo
Naquelas tardes havia revoada de aves no céu
E as borboletas voavam em torno da flores
Na busca incessante do néctar da vida o mel
Eu me escondia ali porque sonhava e era muito pequena
Mas os anos se passaram
Não posso mais me esconder
Porque ainda sonho mais me transformei numa romântica moça morena
Sei que as vezes não se tem tempo de parar e olhar os lírios do campo
Mas se um dia por acaso perguntar o porque do meu pranto
Direi sem medo
É porque eu te amo tanto
Acredito que só o amor é capaz de tornar a todos realmente iguais
Ontém você fez chorar sentida a moça de Batatais
Sei que o mundo pode até me machucar com a dor de um açoite
Mas nada é pior do que ir dormir e não te desejar boa noite
A natureza é também uma moça
E a Terra é o seu manto
O sol ilumina seu rosto como um sorriso
Enquanto a água da chuva escorre pelas árvores como um pranto
Ah! Tomara que esse vento que tanto bem me faz
Leve até você o perfume dos longos cabelos da moça de Batatais
Não tenho mágoa no meu coração
Me torno invisível diante da mentira e da ingratidão
Colho um ramalhete de lírios do campo nessa madrugada
Dentro de mim pode morar uma moça simples mais muito apaixonada
E diante da beleza e da claridade que emana desse iluminado céu
Receba o ramalhete de lírios das mãos de uma camponesa chamada Raquel...