Olhai os Lírios do Campo

Minha poesia é apenas poesia portanto sem destinatário. Digamos que seja um suspiro, um fôlego , um abrir a janela para respirar ar puro, um momento a sós comigo mesma ...

Os antigos diziam que se o calango pulasse na minha mão

Só soltaria mediante o estrondo de um trovão

Isso me provocava medo e espanto

E eu ia me esconder entre os lírios do campo

Naquelas tardes havia revoada de aves no céu

E as borboletas voavam em torno da flores

Na busca incessante do néctar da vida o mel

Eu me escondia ali porque sonhava e era muito pequena

Mas os anos se passaram

Não posso mais me esconder

Porque ainda sonho mais me transformei numa romântica moça morena

Sei que as vezes não se tem tempo de parar e olhar os lírios do campo

Mas se um dia por acaso perguntar o porque do meu pranto

Direi sem medo

É porque eu te amo tanto

Acredito que só o amor é capaz de tornar a todos realmente iguais

Ontém você fez chorar sentida a moça de Batatais

Sei que o mundo pode até me machucar com a dor de um açoite

Mas nada é pior do que ir dormir e não te desejar boa noite

A natureza é também uma moça

E a Terra é o seu manto

O sol ilumina seu rosto como um sorriso

Enquanto a água da chuva escorre pelas árvores como um pranto

Ah! Tomara que esse vento que tanto bem me faz

Leve até você o perfume dos longos cabelos da moça de Batatais

Não tenho mágoa no meu coração

Me torno invisível diante da mentira e da ingratidão

Colho um ramalhete de lírios do campo nessa madrugada

Dentro de mim pode morar uma moça simples mais muito apaixonada

E diante da beleza e da claridade que emana desse iluminado céu

Receba o ramalhete de lírios das mãos de uma camponesa chamada Raquel...

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 29/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3189414