Schopenhauer e o Amor
Não existe prazer
Só existe ausência
O prazer é ausência
Ausência de dor
Só existe a certeza que na mente corre
Certeza da morte há incerteza do amor
O que nos move é o desejo
Instinto para o sexo
O abraço utópico de dois porcos espinhos
Que com medo se aproximam mas não se abraçam
Próximos, mas sozinhos
É a vontade que temos de unir
Não queremos ficar próximos, queremos fundir
A frustração de saber que os espinhos existem
No medo de se ferir muitos deles desistem
Desejamos amor não desejamos dor
Mas para amarmos queremos a fusão
Para que ela aconteça é necessário que esqueçam
A dor necessária para a mínima união
Amor não é prazer, é um bem em si mesmo
Para alcançá-lo, é necessário dor, necessária vontade
Quem ama se espeta, quem ama não é covarde
Se fere por amor.