NOSSA HISTÓRIA PARTE I
NOSSA HISTÓRIA PARTE I
O nascimento das inconseqüências
Um estudar prazeroso de toda forma de amor
As insurgências sem comedimento
O ápice do ardor,... Um ensinar escandaloso.
Eis que te conheci...
No desconhecimento do meu próprio eu;
E foi um desbravamento mutuo que vivemos
Que te vejo como dantes eu vi.
Não sei se ainda sou seu, ou o que é seu é meu
Ou se meu seu é o pouco que temos.
Invisto na memória e rememoro tua paisagem
Era assim que lhe via, enchia os olhos da visão periférica
...Como miragem.
Adensava minha tela
Esquecíamos a tudo e a todos...
... Protagonizávamos nossa novela.
A puberdade abraçou nossas verdades
Pois houve dignidade.
Nossa educação não permitia violações
... Sofríamos a castidade
E era tão natural, puro e, sem maldades
Que não nos penitenciávamos por nossas limitações.
À nossa volta havia inveja, ciúmes e revolta
Mas a malicia dos perniciosos não nos sentenciou
Lidávamos com isso sorrindo
Sempre juntos, alheios e sem escolta.
Àquele traidor que do limite ultrapassou...
Não viu a cor de quem lhe viu caindo.
Os beijos, os apalpar era um sofrimento sem par
O intumescido crescente ser a te roçar
Comedia-se, prostrava-se diante do crime de macular.
Imagino tua languidez...
Via-te mudar de tez, molhar-se talvez...
Um dia... Saberia como te satisfez.
Tempos como aqueles tempos
Escoam-se no tempo.
E a perplexidade desnuda-me dos ventos
Para parar o tempo
E ventar dentro dos teus ventos
E nos unir por todos os tempos.
A aula era uma sala lúgubre sem tua presença
As vozes falavam ao meu ouvido
Mas era tudo sem sentido...
A escuridão iluminava-me sem pedir licença.
No ato de nos rever
As preocupações jaziam em bueiros
... Éramos nossos outeiros
E é fato aquele bem querer.
No limiar da conquista...
As peles morenas uniam-se numa só cor
Falávamos... A mesma voz
Ouvíamos... Nossos olhos
O olfato denunciava nossos cios
Sugávamo-nos como uma só boca
E uníamo-nos uníssono num só sentimento.
Percebo que não houve fim para esse tormento
O passado tateia o futuro-presente momento.
Há segredos perdidos e destinos escondidos
Onde meninas e meninos desafiam seus caminhos
Num universo etéreo procurando por seus ninhos.
Nossa história é um doce aprendizado
E é um mistério não publicado
Um crime... Nunca solucionado.
E eu posseiro de minhas debilidades
Nessas enfermas letras de inutilidades
Busco um naco de alegria... Nessas saudades.
CHICO DE ARRUDA.