Vamos, simplesmente vamos…
Fazer da prosa poesia
Da valsa uma dança realmente a dois
Mesmo que a dancemos com outras pessoas
Vamos fingir que a noite é dia
E que enganamos o tempo que não para de passar
E de nos devorar
Vamos fazer de conta que somos de cada um
O outro a ideal companhia…
Pela rua
Com o à vontade
Que temos com quem gostamos
Ignorar que esse mundo
Em demasiada mudança vertiginosa
É o nosso canto
E que a realidade não é hostil
Pois afinal
Ela é nossa…
Ouvir músicas actuais
Como se fossem aquelas
Que nos marcaram
Num algures
Perdido no mesmo diabólico tempo
Vamos fazer de conta
Que são algo de encantar
E que ao ouvi-las
Vamos ganhar o nosso perdido alento…
Olhar nos olhos um do outro
Com a indicada profundidade
Que teimamos em mascarar
Por todos os motivos
Mas realmente
Por motivo nenhum
Vamos meu amor
Fazer acontecer o que se diz impossível
Que os dois
Possam ser apenas um…
Vamos, simplesmente vamos…