SEM TER NINGUÉM
Eu já não sei o que se passa
em mim,é uma tristeza
profunda, é uma vontade
de sumir..
É um desejo de fazer
não sei bem o quê,
talvez de gritar chamando
o nome de alguém
que também não sei de quem.
O que percebo é que em mim
se instalou uma confusão,
um estado de languidez,
como em minhas entranhas
foi formado um interminável
mar de lágrimas.
Até nas poesias onde
confidenciava toda a minha nostalgia,
toda a minha inquietação de amante,
já perde no longínquo ontem,
um derradeiro adeus...
Sei não, mas está difícil a reação,
está difícil harmonizar a paz,
e agora nesta indolência,
não existem meios para pressagiar
qual será o fim...
É possível que eu seja como um soturno
banco vazio defronte ao mar...
que em seu silêncio
encerra em si primorosas histórias,
mas sem ter ninguém pra contar...