SEM TER NINGUÉM

Eu já não sei o que se passa

em mim,é uma tristeza

profunda, é uma vontade

de sumir..

É um desejo de fazer

não sei bem o quê,

talvez de gritar chamando

o nome de alguém

que também não sei de quem.

O que percebo é que em mim

se instalou uma confusão,

um estado de languidez,

como em minhas entranhas

foi formado um interminável

mar de lágrimas.

Até nas poesias onde

confidenciava toda a minha nostalgia,

toda a minha inquietação de amante,

já perde no longínquo ontem,

um derradeiro adeus...

Sei não, mas está difícil a reação,

está difícil harmonizar a paz,

e agora nesta indolência,

não existem meios para pressagiar

qual será o fim...

É possível que eu seja como um soturno

banco vazio defronte ao mar...

que em seu silêncio

encerra em si primorosas histórias,

mas sem ter ninguém pra contar...

Wil
Enviado por Wil em 11/12/2006
Código do texto: T315109