Na fronteira dos limites

O que limitaria os sonhos?

A escassez da esperança? Um olhar atravessado, perdido?

Não quando se acredita, quando o entregar-se é por completo.

Os sonhos não podem ter limites

Não há asas de ceras e jamais devemos aceitar em usá-las.

Quando estamos na fronteira dos limites, o céu pode parecer mais cinza

A estação, menos cativante

E as pessoas a quem se ama parecem inatingíveis

Pensa-se que podemos ir de uma extremidade à outra em um passo

O próprio coração pode até enganar-se com este descompasso

Mas acreditar é o moinho da montanha de fé

E para os olhos de alguns, pode soar como loucura

Mas não é imaginação de Dom Quixote

Buscar um ideal que seja considerado inalcançável por muitos

Navegar por mares considerados errados

Podem ser um caminho a se seguir

E as vias da possibilidade são abertas por um sorriso

Gesto simples de cumplicidade envolvente

O olhar que te segue até nos sonhos

Envolvem e te trazem uma chave

Acredite, mesmo diante da resistência ela abrirá as portas

Crer nisso me faz acordar bem todos os dias

As palavras são minhas chaves

Este olhar será minha inspiração, sempre

E mesmo que ele não fixe em mim, o guardarei.

Estar na fronteira no limite inexiste para mim

Não há limites para o sonho

Não há limites para realiza-lo.

Mas o que aos olhos da razão parecem condenar

O espírito das palavras pode reacender

E ter a capacidade do convencer

Se à frente do seu ideal estiver

Eu irei soprá-lo ao seu ouvido todos os dias

Espero que me ouça.