Mais que imperfeito amor
Deixa que eu me embriague em tuas lágrimas
despejadas em meu cálice de cristal.
E beberemos juntos,
eu, tuas lágrimas,
tu, a saliva do meu manancial.
Nem sei a causa desse desejo
de inquietar-te, debochando tuas queixas
ou profanando tuas promessas
nos mais impudicos versos.
E por arisca, me arrisco a escavar
até o fóssil do mais antigo pensamento teu...
E tudo se esvaece ao cair a tênue máscara,
esta que a ti mantém cativo,
fortaleza de ocultas angustias.
Dessa maneira singela te desnudo
de tua mortalha fútil
e destilo fracionadamente
a melancolia poética de tua existência.
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