O desempate do amor
No início o céu, a glória,
amor e ternura, o topo;
ápice, moral da história,
de uma fábula de Esopo;
A passagem é tão sutil,
que, imperceptível até,
do amor puro-sangue,
para o engano pangaré;
Basta vir o número três,
que o jogo desempata,
e singra o canal de Suez,
uma bandeira de pirata;
O metabolismo anímico,
em psíquica indigestão,
sonhos engolidos a seco,
e as fases fezes, do pão;
O smoking da esperança,
se torna um simples trapo,
o encanto na contramão,
e o príncipe virando sapo;
Dano feito, vida inquieta,
estanco sangue, e perco;
na desdita viça, o poeta,
qual hortaliça no esterco...