O firmamento de nosso amor
Se lembra de quando ficávamos olhando o céu á noite?
Podia ser na laje de casa ou deitados no chão de seu quarto pertinhos da janela.
Bastava houver lua e estrelas e o céu era nosso.
Eu te prometia algumas estrelas, você encontrava São Jorge na lua e teve aquela vez que você achou seu companheiro, não o dragão, mas um coelhinho. Eu ri por uns dois minutos. "São Jorge contra o coelhinho"...
Em tempos um tanto nublados nosso amor também ficava nublado: parecia que a noite advinhava nosso humor.
A lua era engolida pelas nuvens, aparecendo vez ou outra.
E quando aparecia, podíamos até estar brigados, mas um chamava ao outro para vê-la.
Me lembro de um noite em que você me ligou, eu estando em casa, só para me fazer ver a lua. Era lua cheia e ela parecia estar a um palmo do prédio.
Quando o céu ficava limpo e viámos toda sorte de estrelas, distribuíamos carícias e pensamentos, a maioria deles sobre a nossa pequinez diante do universo.
Você admirava aquilo tudo, comparava elas com os grãos de areias: seriam infinitas. Vez ou outra aparecia um OVNI em potencial - um avião ou um satélite. Nunca conseguimos fazer contatos extraterrestres, apenas os contatos terrestres e conosco mesmo.
Toda vez que vejo as estrelas lembro deles, lembro das risadas, de nossos pensamentos, nossas frases. O céu parece um álbum de nosso amor.
Ah, era tão linda a nossa astronomia...