Abrir e fechar os olhos.

Abro os olhos e te vejo adormecido,
Semblante que me acompanha todos os dias,
Tiro suas mãos dos meus seios,
Levanto-me devagarzinho,
E te faço de leve um carinho.

Fecho as cortinas,
Para que o dia não te desperte,
Visto um roupão,
Desço para o primeiro andar,
Teu café preparar.

Enfeito a bandeja com ternura,
As tuas preferidas guloseimas,
Enquanto ferve a água do café,
Um banho começo a preparar,
Para o quarto todo perfumar.

Subo com um sorriso,
Abro a porta devagar,
Ajoelho-me ao lado da cama,
Tua face começo a acariciar,
E aos poucos te vejo despertar.

Um lindo sorriso me dando bom dia,
Ofereço-te o desjejum,
Dá-me um forte abraço,
Diz que me ama,
E antes do café o barulho da cama!

Enfim tomas o café,
Com toda alegria nos olhos para mim,
Enquanto lavo louça, vais para o banho,
E desce sem que eu ouça,
E diz num sussurro: “Vem aqui moça...”

E ali começamos a nos amar,
Trocar juras de amor,
Os minutos voam,
Temos que sair, trabalhar,
E rapidamente subimos para nos aprontar.

Cada um vai para um lado,
Com a imagem do outro no pensamento,
Contamos os segundos para retornar,
Encontrarmos em casa e conversar,
Como foi nosso dia, dialogo sempre trocar.

Preparo-te uma rápida refeição,
Jantamos numa perfeita harmonia,
Louça, casa, tudo no lugar,
Tomamos banho e nos deitamos,
Mais uma vez nos amamos.

Como é gostoso ser tua e sentir-te meu,
Nossa vida diária como sempre sonhei,
Cuidando de ti e você me protegendo,
Uma união que sobreviveu,
Mesmo quando todos diziam que morreu!

Provamos que o tempo não foi capaz,
De separar dois corações que eram uníssonos,
O tempo que te levou e te trouxe,
Dormi aninhada em teu corpo, abraçada,
Sentindo teus beijos, mostrando-me apaixonada.

Fechei os olhos e dormi,
E hoje ao acordar, vejo que me iludi,
Tudo foi sonho do meu coração,
Cama vazia, paredes geladas, solidão,
Tristeza, vazio, movimentos em torpor
Aonde estás meu grande e único amor?