JARDIM DE AMORES
Três amores
Eu tive durante a vida,
Três loucos desejos
Que o tempo ainda
Não conseguiu mergulhar
Na profunda escuridão
Das minhas memórias.
Uma era loura, a outra ruiva...
E a terceira; a mais formosa!
Uma bela flor morena
No inebriante perfume
De suas primeiras primaveras.
Por mais belo
Que seja o jardim
A florir dentro de um coração,
Ninguém espere dele colher
Somente a suavidade das rosas,
Por mais belas
Que elas sejam,
Um pouco abaixo
Das mimosas pétalas
Escondidos sempre estarão
Os espinhos pontiagudos
Da nossa desilusão.
Por isso te aconselho
Caro leitor amigo;
Não faça como eu!
Da sua vida
Não tente fazer
Um ramalhete de amores!!
Assim como as rosas
Pouco a pouco vão definhando
Até penderem desfolhadas
Com suas pétalas tombadas
Sobre o áspero solo,
Em nosso peito
O coração um dia
Também há de tombar!
E se das rosas
Caem as folhas,
Dos nossos olhos
Cairão as grossas lágrimas
Do nosso penar.
Dizem que nas mãos
De quem colhe rosas
Fica sempre um pouco
Do seu suave perfume,
No entanto vejam
O que restou a esse pobre
Que no jardim da vida
Colheu Tantos amores!
Apenas as mãos feridas
E a alma cansada
De um velho jardineiro.