JARDIM DE AMORES

Três amores

Eu tive durante a vida,

Três loucos desejos

Que o tempo ainda

Não conseguiu mergulhar

Na profunda escuridão

Das minhas memórias.

Uma era loura, a outra ruiva...

E a terceira; a mais formosa!

Uma bela flor morena

No inebriante perfume

De suas primeiras primaveras.

Por mais belo

Que seja o jardim

A florir dentro de um coração,

Ninguém espere dele colher

Somente a suavidade das rosas,

Por mais belas

Que elas sejam,

Um pouco abaixo

Das mimosas pétalas

Escondidos sempre estarão

Os espinhos pontiagudos

Da nossa desilusão.

Por isso te aconselho

Caro leitor amigo;

Não faça como eu!

Da sua vida

Não tente fazer

Um ramalhete de amores!!

Assim como as rosas

Pouco a pouco vão definhando

Até penderem desfolhadas

Com suas pétalas tombadas

Sobre o áspero solo,

Em nosso peito

O coração um dia

Também há de tombar!

E se das rosas

Caem as folhas,

Dos nossos olhos

Cairão as grossas lágrimas

Do nosso penar.

Dizem que nas mãos

De quem colhe rosas

Fica sempre um pouco

Do seu suave perfume,

No entanto vejam

O que restou a esse pobre

Que no jardim da vida

Colheu Tantos amores!

Apenas as mãos feridas

E a alma cansada

De um velho jardineiro.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 02/07/2011
Código do texto: T3070109