ALMA DE FADO
Dor pungente que minh’alma invade,
Retalhos de lembranças...
Num tecer de tristezas,
Em colchas de desencantos.
Além mar mora a felicidade...
Perdi a rota do teu encanto,
Acompanha-me amargo pranto,
Nesta travessia repleta de crueldade.
Cristais enfeitam meu rosto
Disfarces do amargo desgosto
Desta vida infeliz...
Sem você, que eu tanto quis.
Pálidas auroras nas minhas sendas,
Sem o perfumar das flores...
Sem o cantar dos sabiás madrugadores,
Sem o florescer das cerejeiras.
E no silencio do meu caminhar,
Minh’alma dorida poe-se a cantar,
Cantiga de lamento...
Sem dó, vai perdendo-se no vento.
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