Marca da violência
Desfigurada de horror
há uma mulher
que apanha e cala.
Seus gritos
não são de denúncia
são de dor,
são sufocados
pelo silêncio da noite negra,
são enterrados
pelos tapas na cara.
Nos seus olhos roxos
está a marca da violência.
É impossível fugir
a dura realidade
dos homens
vazios de carinho...
amor,
alcoolizados,
armados de ódio,
motorizado de violência a mil.
Lágrimas de sangre
aos borbotões
saem de seu rosto
machucado pelo amor
metamorfoseado
pelo ciúme em ódio.
Amor - ódio.
Carinho - marca da violência.
Amante - agressor.
O medo cala,
a vergonha cala
a mulher humilhada
por quem lhe jurou eterno amor.