Marca da violência

Desfigurada de horror

há uma mulher

que apanha e cala.

Seus gritos

não são de denúncia

são de dor,

são sufocados

pelo silêncio da noite negra,

são enterrados

pelos tapas na cara.

Nos seus olhos roxos

está a marca da violência.

É impossível fugir

a dura realidade

dos homens

vazios de carinho...

amor,

alcoolizados,

armados de ódio,

motorizado de violência a mil.

Lágrimas de sangre

aos borbotões

saem de seu rosto

machucado pelo amor

metamorfoseado

pelo ciúme em ódio.

Amor - ódio.

Carinho - marca da violência.

Amante - agressor.

O medo cala,

a vergonha cala

a mulher humilhada

por quem lhe jurou eterno amor.

Paulo Rodrigues
Enviado por Paulo Rodrigues em 23/06/2011
Reeditado em 12/03/2023
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