Conto de verão
Frias lágrimas rosto abaixo:
escrituras da dor.
(Amor de praia não sobe a serra.)
Não subiu, mas...
chorou
sofreu,
amofinou-se...
depois do adeus.
Partiu ao pôr-do-sol
de uma tarde morena...
Partiu com as frias ondas azuis
rumo a um horizonte sem luar.
Em plena tempestade,
gaivotas tentam alçar vôo...
Perdem as asas
num último vôo sem aurora.
As labaredas ardentes
também se foram
levadas pela brisa leve
da solidão.
Mas, por certo,
se reacenderão
na próxima
troca de olhares.