Conto de verão

Frias lágrimas rosto abaixo:

escrituras da dor.

(Amor de praia não sobe a serra.)

Não subiu, mas...

chorou

sofreu,

amofinou-se...

depois do adeus.

Partiu ao pôr-do-sol

de uma tarde morena...

Partiu com as frias ondas azuis

rumo a um horizonte sem luar.

Em plena tempestade,

gaivotas tentam alçar vôo...

Perdem as asas

num último vôo sem aurora.

As labaredas ardentes

também se foram

levadas pela brisa leve

da solidão.

Mas, por certo,

se reacenderão

na próxima

troca de olhares.

Paulo Rodrigues
Enviado por Paulo Rodrigues em 22/06/2011
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