PAIXÃO
Tens a paixão enclausurada no corpo,
E o sangue a correr-te nas veias
São as chamas de um ardente desejo
Consumindo os meus sonhos,
Encurtando os meus dias.
Mas, se agora é de dor o meu pranto,
Um dia o foi de ternura!
Teus lábios, porém,
Corrompem-me o espírito
Levando-me a beira da loucura.
Resta-me agora um ultimo alento!
A brasa que teima em reacender
Abraçando o vento gelado
A soprar da minha saudade,
Há de um dia renovar-se
Ou apagar-se no turbilhão do tempo.
Tenho somente
Um derradeiro pedido;
Antes que eu deixe de lado a esperança
Atirando-me nas garras de um Cérbero destino,
Quero ainda uma vez; Mesmo que seja a ultima!
Aquecer minha alma no calor do teu corpo.
Depois...
Que me importará as lágrimas?!
Quem por mim rezará?
Não quero velas acesas
Esquecidas a beira do caminho,
Quero somente as estrelas
E uma taça repleta de vinho!