PELOS BEIJOS DO MEU AMOR
Meu deus, eis os meus pecados!
Entrego-me como réu confesso
Ao tribunal da minha consciência,
Eu que sempre respeitei
Os limites da decência
Impondo a minha alma
O caminho do bem,
Vejo-me agora caído
Em completo desespero
Pelos beijos de alguém.
Esse alguém meu pai,
No inicio era menos que nada!
Na verdade não era ninguém,
Mas o destino por pirraça
Fez-me um dia, sem querer!
Mergulhar no lago profundo
Do olhar que ela tem.
Não era um simples olhar!
Desses que olhamos e
vamos embora,
Era um olhar de Iracema
Flutuando nas águas paradas
Das lagoas encantadas.
Olhar bonito! Desses que encantam
Arrastando no brilho de um feitiço
A alma mais renitente,
Olhar que enlouquece!
Daqueles que não se esquece
Por mais que agente tente.
E pra completar o meu desespero
Ainda sorriu pra mim
Atirando-me na face
O aroma de uma rosa,
Mas não era qualquer rosa!
Era rosa vermelha,
Cor do desejo e da paixão,
A cor da calcinha que ela usava.