ENTRE SEUS LÁBIOS

Visões da madrugada

Já é tarde e eu estou só!

Minha alma cansada

Pergunta pelos amores

Que já tive;

Alguns, gentis e puros!

Outros, selvagens e vagabundos!

E foram tantas as camas

Nas quais me deitei!

E foram tantas as bocas

Que eu beijei!

Tantas e quantas

Foram as lágrimas

Que eu derramei.

Agora, na boca amarga

O gosto da solidão

Provoca-me vômitos.

Gargalhadas em meio à escuridão

Atestam minha loucura,

Ainda revivo no labirinto

Da minha existência

A derradeira ilusão.

Perdido entre a realidade

E à fantasia, abro meu peito

Num último grito, Soco,o,orrooo!!!

Eu te imploro! Me salva!

Antes que eu perca a razão.

Mas o grito se perde

Entre meus lábios e seus ouvidos.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 09/06/2011
Código do texto: T3023271