ENTRE SEUS LÁBIOS
Visões da madrugada
Já é tarde e eu estou só!
Minha alma cansada
Pergunta pelos amores
Que já tive;
Alguns, gentis e puros!
Outros, selvagens e vagabundos!
E foram tantas as camas
Nas quais me deitei!
E foram tantas as bocas
Que eu beijei!
Tantas e quantas
Foram as lágrimas
Que eu derramei.
Agora, na boca amarga
O gosto da solidão
Provoca-me vômitos.
Gargalhadas em meio à escuridão
Atestam minha loucura,
Ainda revivo no labirinto
Da minha existência
A derradeira ilusão.
Perdido entre a realidade
E à fantasia, abro meu peito
Num último grito, Soco,o,orrooo!!!
Eu te imploro! Me salva!
Antes que eu perca a razão.
Mas o grito se perde
Entre meus lábios e seus ouvidos.